quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ô tempo bom, meninos e meninas...


Ô tempo bom, meninos e meninas...

Bem, é sempre assim... Depois que a fase passa, a gente percebe o quanto tinha que ter aproveitado mais aquele momento de descobertas, aprendizados. É o que penso do tempo que convivi com os meus vizinhos, primos..., meus amigos!

Minhas brincadeiras eram tão prazerosas que eu nem sentia o tempo passar. Havia muitas crianças na vizinhança, formávamos um grupo de quinze pessoas. Todas com o mesmo intuito - se divertir! Acredito que minha infância foi normal, convivi muitos momentos bons com meus vizinhos e primas; conversávamos e ríamos muito um riso gostoso; onde a rua era nossa!

Como Navegantes - no meu tempo de infância - tinha as ruas bem mais tranqüilas que hoje, nós "fechávamos" a rua com nossas brincadeiras: de bate-congela; pega-pega; polícia-ladrão; alerta; queimada; de soltar pipa; de bola (futebol, vôlei); de bolinha de gude (fazíamos várias “boquinhas” na rua por ser, naquele tempo, ainda de terra); e, principalmente, de taco - nesta brincadeira tinha até platéia nos domingos à tarde: nossos pais, outros vizinhos e os que esperavam para jogar com o vencedor.

Éramos organizados, todos se entendiam e ninguém ficava de fora. Como, em alguns momentos, as brincadeiras se direcionavam mais para os meninos, as meninas ficavam ou assistindo ou fazendo outras atividades como: pular elástico; brincar de se maquiar e vestir a roupa das mães; de boneca ou dançar as coreografias das músicas daquele momento.

Quando eu não estava com o grupo, eu adorava brincar de “comidinha” e “casinha”. Minha mãe conta que eu ficava sentadinha sozinha, horas e horas, no quintal de casa “cozinhando” para ela ou montava uma “casinha imaginária” embaixo da mesa (vê se pode!).

Ô tempo bom. Que hoje não percebo mais com tanta frequência ou, simplesmente, há a ausência. Hoje, a única brincadeira - que raramente vejo aqui na minha rua - é o soltar pipa! As crianças estão mais interessadas na internet e/ou no videogame. Os que não têm internet em casa, vivem na lan house para jogar ou para se comunicarem pelos sites de relacionamentos. E o detalhe, se tu não participas destes “ambientes”, estás fora do assunto e das informações - enfim, estás desatualizado para os outros. E é aqui que a “garotada” vive se isolando para também participar deste mundo.

A única coisa ruim, para mim, deste “movimento” de hoje, é que muitas crianças não convivem mais. Não trocam mais experiências no “ao vivo”, muitas se fecham de um jeito no seu “mundinho” que não sabem mais conviver com o Todo a sua volta. E aqui entra a dificuldade de viver em comunidade, mais tarde.

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Para ilustrar:
http://criancas.uol.com.br/album/brinquedos-antigos_album.jhtm#fotoNav=1

Elo.