sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Reflexão dos filmes

* Reflexão dos filmes: O carteiro e o poeta e Narradores de Javé


O Carteiro e o Poeta


Em minha opinião o filme é excelente, o cenário simples, filosófico, inteligente. Muitas situações do filme chamam a atenção, mas a principal foi o fato de alguém tão importante, de expressão internacional, o poeta, gastar tanto tempo com alguém tão simples e sem expressão, o carteiro. Não quero generalizar, porque toda generalização é perigosa e não quero ser injusto, mas acredito que no dia-a-dia do professor nós não dedicamos tanto tempo, atenção, interesse pelos nossos alunos. Precisamos estar atentos ao interesse dos mesmos, o que é raro acontecer, e quando realmente encontrarmos alguém interessado devemos agir como se tivéssemos encontrado uma pérola e aproveitar o achado investindo mais nesse aluno.
A vida do professor pode ser fonte de inspiração ou desmotivação para o aluno.


Narradores de Javé


Gostei muito do enredo. As marcas regionais são muito claras, a linguagem coloquial, simples, nordestina, sertaneja, a arquitetura, as roupas etc.

O filme nos ensina que entre a língua escrita e a falada existem diferenças marcantes e que a língua escrita é a que tem mais força, pois, desde que se registrou algo, este algo passa ser um documento.

Tendo como referência o filme percebo claramente a necessidade de registrar os fatos acontecidos, porque talvez no futuro precisemos comprovar alguns deles, ou quem sabe estes registros poderão servir para nos defender de algo.

A linguagem é a forma mais fácil de identificação de uma pessoa, pois através dela demonstramos nossos conhecimentos, nossa instrução, nossos sentimentos, nossas intenções etc. Através da linguagem demonstramos quem somos.


Professor cursista: Cláudio Francisco dos Santos.

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O carteiro e o poeta

O filme apresenta a história do personagem Mário que morava em uma colônia de pescadores onde provavelmente deveria seguir a profissão do pai e dos demais. Seu pai não se importava com os sonhos do filho e com pouco diálogo advertia-o para a pesca que para ele era a única atividade em que eles poderiam trabalhar. Agora o jovem resolve ingressar em uma profissão adversa a de seu pai trazendo-lhe maior distanciamento paterno.
Mário consegue um emprego de carteiro que lhe oportuniza o interesse pela poesia a partir da leitura de um livro do poeta Pablo Neruda onde os dois tornam-se grandes amigos. O poeta observa o interesse do carteiro pelos poemas e resolve orientá-lo de uma forma bem diferente. Pablo pacientemente o leva para um local onde é possível construir poesia de uma forma muito natural. Ambiente propício para inspiração.
Neruda faz o papel de um educador pelo fato de acompanhá-lo de maneira precisa sempre dando espaço para construção poética.
Enfim, o poeta nos ensina que uma pedra pode ser lapidada basta que tenhamos paciência, esperança e amor. Com isso, ao partir, retornou depois de alguns dias para conferir os resultados alcançados com aquele trabalho realizado pelo antigo carteiro que agora se tornara um grande poeta como seu idealizador.


Narradores de Javé

O filme apresenta em toda sua estrutura a cultura regional de um povoado do Nordeste brasileiro que tenta de todas as formas em pouco tempo que lhes resta, deixar registrada sua história. História esta que impedirá que a comunidade seja substituída por uma represa.
Todos os acontecimentos são apresentados de forma muito original, trazendo numa posição marcante a devoção religiosa, suas crenças e seus costumes.
Na linguagem são comuns expressões típicas daquela região que faz uso de provérbios que auxiliam no desenvolvimento dos diálogos.
A comunicação por meio de versos se destaca. Os personagens fazem uso do recurso para maior compreensão.
Segundo o filme a língua escrita é de suma importância porque documenta, registra as informações existentes, servindo assim de documentos.
Sendo assim, podemos associar o filme “Narradores de Javé” e o caderno TP1 que trabalha o texto e as variantes da língua como decorrentes da relação entre linguagem e cultura.
Afinal, a língua é a identidade, seja ela de forma oral ou escrita. É possível através da oralidade identificar uma pessoa quanto ao seu grau de instrução; região que mora; faixa etária; grupo social e/ ou profissional; gênero.

Professora cursista: Zilda Lira.


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TEXTO REFLEXIVO SOBRE O FIlME “NARRADORES DE JAVÉ”


A língua falada é diferente da língua escrita, pois a escrita nos dá condições de escolher bem as palavras, de corrigir o texto e melhorá-lo até que consiga transmitir exatamente que se deseja, ficando desta forma, registrado a longo prazo todas as informações daquilo que se pretende transmitir, enquanto que a língua falada morre no momento em que a pronunciamos e somente pode ser recapturada se mantida na memória falha do ouvinte.

No filme Narradores de Javé, conseguimos perceber com clareza essa diferença e o poder que a língua escrita tem de se fazer manter viva a história de uma cidade, no caso Javé, que apenas passou a ser conhecida a partir da sua extinção, com o registro que foi feito a partir de então, pois nada havia sido registrado sobre ela.

As marcas regionais são claramente visíveis através das expressões faladas pelos moradores daquele lugar e embora não se fale o estado onde se localizava este povoado conseguimos perceber que se trata da região nordeste.

Sendo o personagem Antônio Biá, o único morador desta cidade que conseguia fluentemente fazer uso da escrita, sabia que mesmo que as histórias de seus moradores fossem registradas, ninguém daria crédito a elas, pois cada qual contava de uma forma diferente que intrigava até mesmo o escritor que não acreditava nelas.

No Vale do Javé a língua falada tinha mais importância que a escrita, pois era através dela que os acontecimentos eram passados para as novas gerações uma vez que, quase todos os seus moradores eram analfabetos.

Tanto a língua escrita quanto a falada é a identidade do seu povo, pois é através dela, que se consegue expressar ou identificar a cultura deste povo, mas é a escrita que tem maior valor, pois se pode deixar registrado na história ao longo dos anos para que outras pessoas venham através da sua leitura ter o conhecimento desta cultura e deste povo.



TEXTO REFLEXIVO SOBR O FILME “O CARTEIRO E O POETA”


Assistindo ao filme O carteiro e o Poeta, posso dizer que o que mais chamou atenção foi o papel da poesia como interferência a política repressora da época no Chile, uma vez que o poeta foi exilado, pois sua poesia era de engajamento pela causa socialista e a mudança de consciência do carteiro no modo de ver o mundo.

No filme, o personagem Pablo Neruda fez o que a grande maioria dos professores não faz e muitas vezes, não tem consciência de que está em suas mãos a mudança de comportamento e atitudes de seus alunos perante a sociedade, quando estes realmente são despertados para tomada de consciência perante assuntos extremamente importantes para o seu desenvolvimento humano e para a construção de uma sociedade mais justa e preocupada com seus cidadãos.

Pode-se perfeitamente comparar a ação do poeta a de um educador, quando este educador passa a conhecer a realidade na qual estão inseridos seus alunos e ajudá-los na busca de soluções para a resolução dos problemas encontrados ou que despertem neles essa tomada de consciência para que haja mudança dentro da sua realidade social.

A maior lição que o poeta nos passa é da responsabilidade que devemos ter com aqueles que buscam no aprendizado, na literatura, uma mudança de comportamento. E sendo nós, educadores, tempo necessário para que possamos gastar com nossos alunos, tendo em mente que para a grande maioria, seremos os únicos a dispensar a eles, tempo necessário para uma reflexão a respeito de valores, da importância do conhecimento de seus diretos e deveres e da tomada de consciência de inúmeros outros temas necessários para o desenvolvimento de um mundo melhor.


Professora cursista: Maria Inês Pacheco.